Jerusalém - Fundada há três mil anos pelo Rei David, possivelmente já então sobre um sítio sagrado arcaico da região, Jerusalém era um projeto. Seu nome o revelava: Ieru - shalem, a cidade da plenitude ou a cidade da paz...
“Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém setenta estádios...”
Lucas 24 . 13
Antes da morte de Jesus Cristo, foi relatado que houve escuridão por toda a terra:
“Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas sobre toda a terra.
Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, Iamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?”
Mateus 27 . 45 e 46
Na verdade, estas trevas permaneceram na vida daqueles que seguiram a Jesus Cristo, ou seja, os seus próprios discípulos. Após a morte de Jesus estes se esqueceram de tudo aquilo que o mestre havia lhes falado e até mesmo de tudo que havia sido revelado, através das escrituras, acerca do que haveria de acontecer... A escuridão da incredulidade e do medo tomaram conta deles, fazendo-os recuar e temer os seus próprios destinos...
Em Lucas 24 . 13 ao 35, encontramos um relato de uma das aparições de Jesus Cristo após a sua morte. Este fato ocorre no mesmo dia de sua ressurreição, no domingo, no terceiro que sucede a sua crucificação.
Dois de seus discípulos, um deles de nome Cleopas, tio de Jesus, tomam a direção de uma aldeia de nome Emaús, distante de Jerusalém cerca de setenta estádios, aproximadamente 12 quilômetros. O afastamento físico da cidade de Jerusalém, que significa cidade da paz, simboliza aquilo que na verdade havia se afastado de seus corações: A Paz. Este sentimento, que antes habitava em seus íntimos, já não existia mais... Pois, estavam com seus corações totalmente embriagados pelos fatos presenciados por eles, no tocante a morte de seu mestre. Todavia, o que eles não esperam, estava por acontecer... Enquanto caminhavam discutindo a respeito das coisas sucedidas, o próprio Jesus se aproximou e mesmo conversando com eles, não foi reconhecido... Ficaram impedidos de reconhecerem o seu mestre, o agora Cristo ressurreto, pelas lágrimas do desespero, pela ignorância das escrituras, pelo temor à escuridão, pela dúvida, pela cegueira e, sobretudo, pela distância em que se encontravam em seus corações, do próprio Cristo.
Semelhantemente, quando nos encontramos desta forma, ficamos impedidos de enxergar que o nosso Cristo ressuscitou e que vive para sempre. Diante das circunstâncias que nos cercam, permitimos que o desespero, a incredulidade e as trevas nos ceguem, nos lançando a uma enorme distância Daquele que está sempre ao nosso lado, caminhando conosco e falando as Suas tão doces palavras. Nos tornamos, portanto, insensíveis a Sua voz, pois estamos também incapacitados de reconhecê-la.
Durante toda a caminhada Jesus Cristo falou-lhes acerca das escrituras, mas mesmo assim, os Seus discípulos não o reconheceram. Quantas vezes ouvimos as verdades que estão contidas na Palavra do nosso Deus e não damos o devido crédito?
Após entrarem na aldeia de Emaús, Seus discípulos lhe pediram que Jesus ficasse com eles, pois já era tarde e o dia declinava.
“E aconteceu que, quando estavam a mesa, tomando Ele o pão, abençoou e tendo-o partido, lhes deu; então se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles.
E disseram um ao outro: Porventura não nos ardia o coração, quando Ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?
E na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e outros com eles. Os quais diziam: O Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão! Então, os dois contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no partir do pão”.
(Lucas 24 . 30 ao 35).
Interessante, que os discípulos só o reconheceram no momento em que abriram os seus corações e participaram de um momento íntimo de comunhão com o Seu mestre. Desta forma, sempre que nós fizermos isto, ou seja, tivermos um momento de comunhão com Ele, teremos a nossa visão totalmente restabelecida e veremos não somente, Aquele, que venceu os grilhões da morte, ressuscitou e ascendeu aos céus, e que está sempre ao nosso lado se nós o desejarmos, mas também todo o Seu reino que está ao nosso dispôr.
Precisamos verdadeiramente crer em um Jesus que ressuscitou e não nos afastarmos da Jerusalém espiritual que nos está proposta!!!
Deus te abençoe!
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